O Psicologia Rio oferece tratamento do transtorno da personalidade histriônica com psicólogo especialista. Conheça agora a Terapia Cognitiva para o transtorno da personalidade histriônica.
O que é o Transtorno da Personalidade Histriônica (TPH)?
No transtorno de personalidade histriônica o indivíduo apresenta como uma de suas características marcantes uma teatralidade exacerbada. Os manuais de diagnóstico de referência da Psiquiatria classificam o transtorno da personalidade histriônica como um quadro que consiste num padrão invasivo de emocionalidade excessiva e comportamento de busca de atenção, que começa no início da idade adulta e tende a estar presente numa variedade de contextos.
A maior indicação de transtorno da personalidade histriônica é uma apresentação de si mesmo excessivamente dramática ou histriônica. Dentre o grau de mais relevância dos sintomas para caracterizar o transtorno destacam-se: autodramatização, a busca de atenção, a instabilidade emocional e a sedução. Outros sintomas foram vistos como relativamente pouco importantes e mais difíceis de reconhecer como a vaidade, imaturidade e sintomas de conversão.
Um critério importante na delimitação deste diagnóstico é a percepção de que tanto a aparência quanto o comportamento dessas pessoas são inadequados, pois se apresentam como sexualmente provocantes ou sedutoras. Esse comportamento é dirigido não apenas às pessoas pelas quais o indivíduo demonstra um interesse sexual ou romântico, mas ocorre em uma ampla variedade de relacionamentos sociais, ocupacionais e profissionais, extrapolando o que seria adequado para o contexto social.
Os indivíduos com TPH com frequência buscam ou exigem reasseguramento, aprovação e elogio e são autocentrados, suas ações buscam obter gratificação imediata e não apresentam tolerância à frustração da gratificação adiada.
Clinicamente, o transtorno da personalidade histriônica é mais comumente diagnosticado em mulheres. O TPH era antigamente conhecido como transtorno da personalidade histérica.
As emoções do indivíduo histriônico se expressam com intensidade, mas parecem exageradas ou não convencem, como se o paciente estivesse representando, de modo dramático, um papel.
No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV TR; Associação de Psiquiatria Americana, 2000), o transtorno da personalidade histriônica é caracterizado por um padrão de autodramatização a longo prazo (em vez de episódico) em que os indivíduos chamam a atenção para si mesmos, anseiam por atividade e excitação, reagem com exagero a fatos de pequena importância, experimentam explosões de raiva e são propensos a ameaças e gestos suicidas manipuladores. Ao olhar dos outros, tais indivíduos parecem superficiais, egocêntricos, desatenciosos, fúteis, demandantes, dependentes e desamparados.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, da American Psychiatric Association, 2013), para o diagnóstico de Transtorno da Personalidade Histriônica deve se considerar os seguintes critérios:
Um padrão difuso de emocionalidade e busca de atenção em excesso que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
- A interação com os outros é frequentemente caracterizada por comportamento sexualmente sedutor inadequado ou provocativo.
- Desconforto em situações em que não é o centro das atenções.
- Usa reiteradamente a aparência física para atrair a atenção para si.
- Exibe mudanças rápidas e expressão superficial das emoções.
- Mostra autodramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções.
- Tem um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carente de detalhes.
- Considera as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são.
- É sugestionável (isto é, facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias).
Quais as comorbidades mais importantes no Transtorno da Personalidade Histriônica (TPH)?
- Transtorno de Somatização
- Transtorno Conversivo
- Transtorno Depressivo Maior
- Outros transtornos de personalidade (como por exemplo, Borderline, Narcisista, Dependente e Anti-Social)
Como se desenvolve e se mantém o Transtorno da Personalidade Histriônica (TPH)?
A personalidade histriônica desenvolve-se a partir de uma multiplicidade de fatores biológicos e psicossociais. Desse modo, os aspectos do temperamento, que envolvem traços geneticamente herdados e pouco modificáveis pela aprendizagem e experiências de vida do indivíduo, interagem com traços de caráter (personalidade), de origem psicossocial, que são apreendidos e modificáveis pelas experiências pessoais e influenciados pelos estímulos do ambiente.
Um indivíduo hipersensível a críticas e ao abandono, que nasce e cresce em uma família ausente e exigente, desenvolve a estratégia da dramaticidade, a necessidade de ser sempre querido e aceito pelos outros, a sedução pela aparência e a extrema sensibilidade à rejeição, mesmo quando desnecessário ou inadequado para aquele momento.
Foi postulado que a busca pela novidade no TPH estaria associada ao neurotransmissor dopamina, relacionado com a ativação de vias dopaminérgicas, o que provavelmente poderia indicar o uso de neurolépticos na intervenção medicamentosa nesses pacientes.
Uma das suposições subjacentes do indivíduo com transtorno de personalidade histriônica é a de que ele é inadequado e incapaz de lidar com a vida sozinho. Ele conclui que, uma vez que é incapaz de cuidar de si mesmo, terá de encontrar maneiras de fazer com que os demais tomem conta dele. Desse modo buscará ativamente obter atenção e aprovação, de maneira a garantir que suas necessidades sejam atendidas suficientemente pelos outros.
O paciente histriônico também apresenta a crença básica de que é necessário ser amado por todos e por tudo o que faz. Isso provoca um medo intenso de rejeição. Qualquer indicação de rejeição provoca grandes abalos, mesmo quando a pessoa que rejeita não é realmente importante para o indivíduo histriônico.
O paciente histriônico sente uma constante pressão para alcançar a atenção dos modos que aprendeu ser efetivo, com frequência apresentando um estereótipo extremo de seu papel sexual. A mulher histriônica (assim como pode acontecer também no gênero masculino) parece ter sido recompensada, desde cedo, por ser fisicamente atraente e encantadora, engraçadinha, e não por ser competente ou qualquer qualificação que requer pensamento e planejamento sistemático.
Como é o tratamento do Transtorno da Personalidade Histriônica?
O tratamento básico para o transtorno da personalidade histriônica é feito com a psicoterapia. A medicação pode ser, em alguns casos, um complemento necessário para melhorar a instabilidade do humor, a impulsividade exacerbada e sintomas de ansiedade ou depressão. A terapia cognitivo-comportamental, especialmente a terapia cognitiva, vem apresentando bons resultados clinicamente comprovados.
O tratamento para o TPH envolve o desenvolvimento de uma relação de parceria e empatia com o paciente. Dependendo dos objetivos do paciente, utiliza-se diversas técnicas específicas, incluindo identificar e contestar pensamentos automáticos, montar experimentos comportamentais para testar pensamentos e crenças disfuncionais, organizar horários para as atividades e treinamento de relaxamento, de solução de problemas e assertividade.
A estratégia de intervenção integra um trabalho para modificar o comportamento desadaptativo interpessoal e o estilo de pensamento disfuncional do paciente, além de fazer as mudanças necessárias para a obtenção dos objetivos imediatos do paciente.
Terapeuta e paciente combinam a cada sessão o que será trabalhado, com tarefas a serem praticadas pelo paciente entre uma sessão e outra. É utilizado material escrito para informá-lo sobre o método terapêutico, bem como sobre o problema que o está levando a tratamento.
Suposições subjacentes como: “Eu sou inadequado e incapaz de lidar sozinho com a vida” e “É necessário ser amado (por todo o mundo, todo o tempo)” serão contestadas para que o paciente possa fazer mudanças que persistam por um bom tempo após o término do tratamento. Através das técnicas utilizadas para a modificação dessas suposições, o paciente pode desenvolver maior auto-eficácia e se sentir mais competente.
Se o paciente estiver atualmente envolvido num relacionamento significativo, a terapia de casal também pode ser útil. No tratamento dos problemas do casal, ambos os cônjugues são ajudados a reconhecer os padrões no relacionamento e as maneiras pelas quais eles podem facilitar a manutenção desses padrões.
Alexandre Alves – Psicólogo Clínico
CRP 05/39637