Tratamento dos transtornos de ansiedade no Psicologia Rio com psicólogos especialistas. Conheça agora o Protocolo Unificado (PU) para os transtornos emocionais, um tratamento psicológico moderno com evidências clínicas comprovadas de eficácia para diversos transtornos de ansiedade comórbidos.
O que são Transtornos de Ansiedade?
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5; American Psychiatric Association, 2013), os transtornos de ansiedade incluem transtornos que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e distúrbios comportamentais associados. O medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida, enquanto a ansiedade é a antecipação de ameaça futura. O medo está mais associado a períodos de excitabilidade autonômica aumentada, necessária para a luta ou fuga, pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga, e a ansiedade sendo mais frequentemente associada a tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e comportamentos de cautela e esquiva.
Os transtornos de ansiedade diferem entre si nos tipos de objetos ou situações que induzem medo, ansiedade ou comportamento de evitação e na ideação cognitiva associada.
Os indivíduos com fobia específica são apreensivos, ansiosos ou se esquivam de objetos ou situações circunscritos. Medo, ansiedade ou esquiva é quase sempre imediatamente induzido pela situação fóbica, até um ponto em que é persistente e fora de proporção em relação ao risco real que se apresenta. Exemplos de fobias específicas: a animais, ambiente natural, sangue-injeção-ferimentos, situacional e outros.
No transtorno de ansiedade social (fobia social), o indivíduo é temeroso, ansioso ou se esquiva de interações e situações sociais que envolvem a possibilidade de ser avaliado. Estão inclusas situações sociais como encontrar-se com pessoas que não são familiares, situações em que o indivíduo pode ser observado comendo ou bebendo e situações de desempenho diante de outras pessoas. A ideação cognitiva associada é a de ser avaliado negativamente pelos demais, ficar embaraçado, ser humilhado ou rejeitado ou ofender os outros.
No transtorno de pânico, o indivíduo experimenta ataques de pânico inesperados recorrentes e está persistentemente apreensivo ou preocupado com a possibilidade de sofrer novos ataques de pânico ou alterações desadaptativas em seu comportamento devido a ataques de pânico (p. ex., esquiva de exercícios ou de locais que não são familiares).
Os indivíduos com agorafobia são apreensivos e ansiosos acerca de duas ou mais das seguintes situações: usar transporte público; estar em espaços abertos; estar em lugares fechados; ficar em uma fila ou estar no meio de uma multidão; ou estar fora de casa sozinho em outras situações. O indivíduo teme essas situações em função dos pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que pode não haver auxílio disponível caso desenvolva sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores. Essas situações quase sempre induzem medo ou ansiedade e com frequência são evitadas ou requerem a presença de um acompanhante.
As características principais do transtorno de ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação persistentes e excessivas acerca de vários domínios, incluindo desempenho no trabalho e escolar, que o indivíduo encontra dificuldade em controlar. Além disso, são experimentados sintomas físicos, incluindo inquietação ou sensação de “nervos à flor da pele”; fatigabilidade; dificuldade de concentração ou “ter brancos”; irritabilidade; tensão muscular, e perturbação do sono.
Quais as causas dos Transtornos de Ansiedade?
A teoria da tripla vulnerabilidade tem sido proposta na abordagem cognitivo-comportamental como relevante para o desenvolvimento de ansiedade, transtornos de ansiedade e transtornos emocionais. Essa teoria engloba vulnerabilidade biológica geral, vulnerabilidade psicológica geral e vulnerabilidade psicológica específica que surge das primeiras aprendizagens. Grande parte da pesquisa sobre essas vulnerabilidades biológicas e psicológicas generalizadas tratou dos temperamentos chamados neuroticismo ou ansiedade-traço.
Uma vulnerabilidade biológica generalizada envolve contribuições genéticas não específicas para o desenvolvimento do neuroticismo. Além disso, experiências precoces na vida que promovam uma sensação de que os eventos, particularmente os negativos, são imprevisíveis ou incontroláveis, contribuem para uma vulnerabilidade psicológica generalizada, ou diátese, com desenvolvimento posterior de neuroticismo. Se uma vulnerabilidade biológica geral e uma vulnerabilidade psicológica geral se alinham e são potencializadas pela influência do estresse da vida, o resultado provável é o desenvolvimento de duas síndromes clínicas muito relacionadas, de transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e/ou transtornos depressivos.
Em particular, determinadas experiências de aprendizagem parecem concentrar a ansiedade em circunstâncias de vida específicas, e essas circunstâncias ou eventos estão associados a um sentido mais elevado de ameaça ou perigo. Por exemplo, experiências de aprendizado específicas no início da vida parecem determinar a possibilidade de os indivíduos considerarem sensações somáticas, pensamentos intrusivos ou avaliação social como especificamente perigosos, ou seja, dando um exemplo, vários indivíduos com ansiedade social relatam em sua história advertências de pais ou familiares para sempre se comportarem da melhor maneira e ter a melhor aparência, a fim de evitar a temida consequência de ser avaliados negativamente ou “desaprovados” por outras pessoas. É essa vulnerabilidade psicológica específica que, quando combinada com a vulnerabilidade biológica geral e psicológica geral contribui para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade específicos como transtorno de ansiedade social, transtorno de pânico e fobias específicas.
No transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), os indivíduos costumam informar que aprendem, com figuras de autoridade, que ter um pensamento é tão ruim quanto praticar a ação (ou seja, pensar em sacudir um recém-nascido para acalmá-lo é tão ruim quanto realmente sacudir o bebê).
Como é o Tratamento para os Transtornos de Ansiedade?
O tratamento para os transtornos de ansiedade costuma incluir psicofármacos e terapia cognitivo-comportamental.
O Protocolo Unificado (PU) é um tratamento cognitivo-comportamental moderno, transdiagnóstico, voltado para os transtornos de ansiedade e transtornos depressivos, com indicação para casos de comorbidade e que seria menos efetivo tratar cada transtorno em separado.
A estrutura do PU apresenta cinco módulos centrais de tratamento e três módulos adicionais, que devem ser aplicados durante 12 a 18 sessões individuais de tratamento, de 50 minutos cada uma, realizadas semanalmente. Sessões finais poderão ser realizadas a cada duas semanas para permitir que os pacientes consolidem os ganhos e proporcionar uma espécie de “suavizador” fora da terapia semanal.
Os cinco módulos centrais do tratamento voltados aos aspectos do processamento e regulação de emoções são os seguintes: (1) aumentar a consciência das emoções voltadas ao presente (Módulo 3); (2) aumentar a flexibilidade cognitiva (Módulo 4); (3) Identificar e prevenir padrões de evitação de emoções e EDBs (emotion driven behavours) mal adaptativos (Módulo 5); (4) aumentar a consciência e a tolerância das sensações físicas relacionadas às emoções (Módulo 6); e (5) exposição a emoções interoceptivas e baseadas em situações (Módulo 7). Precedendo esses componentes principais, há um módulo voltado a aumentar a motivação e a prontidão para a mudança, a adesão ao tratamento (Módulo 1), bem como um módulo introdutório que oferece psicoeducação sobre a natureza das emoções e uma estrutura para compreender as experiências emocionais (Módulo 2). Um módulo final analisa os avanços no decorrer do tratamento e desenvolve estratégias de prevenção de recaída (Módulo 8).
Esse tratamento, que ocorre em um contexto de provocação da expressão emocional (exposição à emoção) por meio de sinais situacionais, internos e somáticos (interoceptivos), bem como por meio de exercícios tradicionais de indução de humor, varia de paciente para paciente somente nos sinais situacionais e nos exercícios usados. Além disso, a “exposição” não é conceituada como um mecanismo de ação. Pelo contrário, provocar com sucesso emoções cria uma condição de setting para implementar os componentes essenciais de tratamento. A exposição a emoções começa com estímulos gerais (p. ex., indução de humor e provocação interoceptiva) e mais tarde é adaptada para responder às preocupações e sintomas específicos de cada paciente. Embora cada sessão aborde um componente específico do protocolo, a expectativa é de que os pacientes “levem consigo” para sessões futuras as estratégias que aprendem (p.ex., os pacientes aprendem estratégias de reavaliação cognitiva no Módulo 4, mas se espera que continuem a usá-las no restante do tratamento).
Tratamento dos transtornos de ansiedade, a melhora da sua qualidade de vida pode estar mais próxima do que você imagina!
Alexandre Alves – Psicólogo Clínico
CRP 05/39637