O Psicologia Rio tem psicólogo especialista para o tratamento do transtorno da personalidade esquiva. Conheça agora a terapia cognitiva para o transtorno da personalidade esquiva.
O que é o Transtorno da Personalidade Esquiva (TPE)?
A maioria das pessoas emprega, às vezes, a evitação, especialmente para aliviar a ansiedade ou quando se depara com escolhas ou situações de vida difíceis. O transtorno da personalidade esquiva (TPE) é caracterizado por uma evitação global comportamental, emocional e cognitiva, mesmo quando essa evitação impede objetivos ou desejos pessoais. Temas cognitivos que provocam a evitação no TPE incluem a autodesvalorização, a crença de que pensamentos ou emoções desagradáveis são intoleráveis e a suposição de que mostrar aos outros o “verdadeiro eu” ou se expressar de forma assertiva despertará rejeição.
As pessoas com transtorno de personalidade esquiva expressam o desejo de afeição, aceitação e amizade, mas é comum que tenham poucos amigos e pouca intimidade com os outros. De fato, elas podem ter dificuldades até de falar sobre esse assunto com o terapeuta. Sua freqüente solidão, tristeza e ansiedade nos relacionamentos interpessoais são mantidas pelo medo de rejeição, o que inibe a iniciação ou o aprofundamento das relações.
A pessoa com TPE acredita que “Eu sou socialmente inepta e indesejável” e “As outras pessoas são superiores a mim e me rejeitarão ou criticarão quando me conhecerem”. Quando o terapeuta elicia pensamentos e sentimentos incômodos, decorrentes dessas crenças, os pacientes, frequentemente, começam a evitar ou “se fechar”, mudando de assunto, levantando-se e caminhando pela sala, ou relatando terem tido “um branco”. O prosseguimento da terapia pode levar a descobertas de cognições como: “Eu não sou capaz de lidar com sentimentos intensos”, “A maioria das pessoas não tem esse tipo de sentimento”, “Você, (o terapeuta) vai pensar que sou fraco”, “Se eu me permitir sentir alguma emoção negativa, ela vai aumentar e nunca mais acabará”. As pessoas com TPE apresentam baixa tolerância à disforia, dentro e fora da sessão, e usam diversas atividades , incluindo abuso de substâncias, para se distraírem de cognições e emoções negativas.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR), da American Psychiatric Association, 2002), considera os seguintes critérios para o diagnóstico do Transtorno da Personalidade Esquiva:
Um padrão global de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa, que se manifesta no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por, no mínimo, quatro dos seguintes critérios:
- Evita atividades ocupacionais que envolvam contato interpessoal significativo, por medo de críticas, desaprovação ou rejeição;
- Reluta envolver-se com pessoas, a menos que tenha certeza de sua estima;
- Mostra-se reservado em relacionamentos íntimos, em razão do medo de passar vergonha ou ser ridicularizado;
- Preocupação com críticas ou rejeição em situações sociais;
- Inibição em novas situações interpessoais, em virtude de sentimentos de inadequação;
- Vê a si mesmo como socialmente inepto, sem atrativos pessoais, ou inferior;
- Extraordinariamente reticente em assumir riscos pessoais ou envolver-se em quaisquer novas atividades, porque estas poderiam ser embaraçosas.
Quais as comorbidades mais importantes ao Transtorno da Personalidade Esquiva (TPE)?
- Depressão
- Transtornos de ansiedade
- Abuso de substâncias
- Transtornos do sono
- Queixas relacionadas a estresse, incluindo transtornos psicofisiológicos
Quais as causas e como se mantém o Transtorno da Personalidade Esquiva (TPE)?
Os pacientes esquivos têm crenças negativas profundamente arraigadas sobre si mesmos, os outros e as experiências emocionais desagradáveis. Essas crenças frequentemente se originam de interações infantis com pessoas significativas rejeitadoras e críticas. Eles se vêem como inadequados e sem valor, os outros como críticos e rejeitadores e as emoções disfóricas como esmagadoras e intoleráveis. Socialmente, evitam situações em que as pessoas possam se aproximar e descobrir o seu “verdadeiro” eu. Em termos comportamentais, evitam tarefas que possam originar pensamentos desagradáveis. Cognitivamente, evitam pensar sobre questões que produzam disforia. Sua tolerância ao desconforto é muito baixa, e eles recorrem a distrações, sempre que começam a se sentir ansiosos, tristes ou aborrecidos. O sentimento em relação ao seu estado atual é de infelicidade, mas eles se sentem incapazes de mudar pelos próprios esforços.
Como é o Tratamento do Transtorno da Personalidade Esquiva?
O tratamento básico para o transtorno da personalidade esquiva é a psicoterapia. A terapia cognitivo-comportamental, especialmente a terapia cognitiva, tem apresentado resultados comprovados de eficácia.
O tratamento de pacientes com TPE envolve o estabelecimento de uma aliança terapêutica de confiança, promovida pela identificação e modificação dos pensamentos e crenças disfuncionais do paciente, referentes a esse relacionamento, em especial expectativas de rejeição. O relacionamento terapêutico serve como laboratório para o paciente com TPE testar crenças, antes de testá-las em outros relacionamentos, assim como também proporciona um ambiente seguro para ele experimentar novos comportamentos (por exemplo, assertividade). Técnicas de manejo do humor são empregadas para ensinar os pacientes a manejar sua depressão, ansiedade e outros transtornos.
O objetivo do tratamento não é eliminar totalmente a disforia, mas aumentar a tolerância do paciente às emoções negativas. Um diagrama esquemático para ilustrar o processo de evitação e as sólidas razões para aumentar a tolerância a emoções ajuda o paciente a concordar em sentir emoções negativas na sessão – uma estratégia que costuma ser implementada de modo hierárquico. A tolerância ao afeto negativo, dentro das sessões, geralmente precede a prática de “tolerância a emoções” fora da terapia. Para aumentar a tolerância, é essencial testar continuamente as crenças referentes àquilo que os pacientes temem que aconteça, se experenciarem disforia.
A terapia de casal, ou de família, talvez seja indicada, assim como o treinamento de habilidades sociais. Finalmente, o tratamento também abrange a identificação e a modificação de crenças centrais desadaptativas, por meio de intervenções envolvendo imaginação, psicodrama, exame histórico e registros de previsões. É necessário criar crenças mais positivas e validá-las por meio de diversas técnicas, como, por exemplo, os diários de experiências positivas.
Alexandre Alves – Psicólogo Clínico
CRP 05/39637