Tratamento dos Distúrbios Psicofisiológicos na Psicologia Rio com psicólogo especialista. Conheça agora um tratamento psicoterápico moderno para diversos Distúrbios Psicofisiológicos.
O que são Distúrbios Psicofisiológicos?
Os distúrbios psicofisiológicos caracterizam-se por transtornos físicos ou orgânicos nos quais o sofrimento mental persistente provoca alterações nos tecidos, o que, por sua vez, causa sintomas. Exemplos incluem cefaleias, indisposições gastrintestinais, problemas dermatológicos e dor muscoloesquelética de todos os tipos. Visto que esses distúrbios são com frequência mantidos por uma combinação de fatores médicos, psicológicos e comportamentais, clínicos precisaram desenvolver intervenções integradas, flexíveis, que tentam tratar todos esses elementos.
O que é o Sistema Luta-ou-Fuga?
Todos os mamíferos compartilham uma resposta de emergência altamente adaptativa, sofisticada e remota muitas vezes chamada de sistema de luta-ou-fuga. Quando um mamífero é ameaçado, seu sistema nervoso simpático e seu eixo hipotalâmico-pituitário-suprarenal (HPA) são ativados, resultando no aumento de epinefrina (adrenalina) na corrente sanguínea e alterações fisiológicas correspondentes, tais como o aumento da respiração, dos batimentos cardíacos, da temperatura corporal e da tensão muscular, para se melhor lutar com um inimigo ou fugir do perigo. Nos seres humanos, em função da sofisticação do córtex cerebral, que além de outros atributos possibilita imaginar situações que ainda não ocorreram (pensamento antecipatório) ou se lembrar de situações do passado, torna esse sistema de luta-ou-fuga “ligado” durante um período muito maior do que o necessário. Quase toda mudança fisiológica ocasionada por esse sistema quando excessivamente ativo pode causar ou exacerbar um sintoma relacionado a estresse. A probabilidade de que sintomas relacionados a estresse se tornem crônicos aumenta de forma drástica se interpretamos erroneamente esses sintomas quando eles aparecem. Daí a importância do entendimento mais correto possível do que causa o sofrimento do indivíduo.
Como se desenvolvem e são mantidos os Distúrbios Psicofisiológicos?
Os distúrbios psicofisiológicos que causam a dor lombar crônica podem estar relacionados a dano estrutural, lesão ou processos de doenças. Mas também podem ser causados por fatores de estresse físico e psicológico.
Os distúrbios psicofisiológicos relacionados a dor lombar são mantidos através do ciclo de dor. Este ciclo refere-se a evitação de sensações físicas e emoções dolorosas, ao aumento da ansiedade e vigilância aos sintomas, a interrupção e evitação de atividades anteriormente realizadas e da preocupação excessiva com os sintomas.
Os mesmos fatores que causam e perpetuam a dor lombar crônica estão com frequência associados em outros distúrbios relacionados aos músculos e articulações. Eles incluem sintomas diagnosticados como tendinite, bursite, fascite plantar, síndrome da articulação temporomandibular, lesão por esforço repetitivo, cefaleias crônicas e fibromialgia. Embora muito dessas síndromes dolorosas também possam ser causadas por dano estrutural, lesão ou processos de doença, com frequência são causadas por tensão muscular e/ou atenção ansiosa e vigilante a sensações dolorosas.
O processo por meio do qual essas condições se enraízam é paralelo ao ciclo da dor lombar crônica. Ele pode começar com estresse físico ou psicológico. Uma vez que o paciente se torne preocupado, ele começa a se focar na área dolorosa e muitas vezes começa a protegê-la e a abandonar a atividade normal. A preocupação e a frustração se iniciam, e um ciclo de dor se estabelece.
Assim como nos distúrbios por tensão muscular, supõe-se amplamente que os distúrbios gastrintestinais e dermatológicos têm um processo de doença física em sua origem. Embora algumas possam ser causadas por infecções, tumores ou por outros processos fisiológicos, inúmeros casos de gastrite, síndrome do intestino irritável, eczema, psoríase e distúrbios relacionados são causados ou exacerbados por estresse psicológico.
Os distúrbios gastrintestinais e dermatológicos, com frequência, seguem um padrão semelhante ao de dor lombar crônica. O sintoma inicial pode ser causado por um evento físico, como uma infecção, mas, uma vez que o paciente se torna preocupado com ele, sua preocupação provoca a ativação do sistema de luta-ou-fuga, o que, por sua vez, exacerba ou perpetua o problema. Quanto mais assiduamente o paciente procura tratamento médico, mais preocupado ele se torna em relação a seus sintomas – e, portanto, preso em um círculo vicioso.
Como é o tratamento dos Distúrbios Psicofisiológicos?
Antes de iniciar o tratamento dos distúrbios psicofisiológicos para a dor lombar crônica no Psicologia Rio, os pacientes precisam passar por um exame físico completo para excluir causas médicas raras, mas potencialmente graves, para a dor. Atualmente, está bem estabelecido que esses distúrbios, que incluem tumores, infecções, lesões e anormalidades estruturais são a causa de apenas uma pequena porcentagem de casos de dor lombar crônica. Uma avaliação física é necessária para evitar a omissão de um distúrbio médico tratável.
A recuperação da síndrome da dor lombar através de intervenção da psicoterapia cognitivo-comportamental com técnicas de mindfulness objetiva a interrupção do ciclo de dor. Esse processo envolve quatro elementos básicos. São eles:
- Psicoeducação
- Reestruturação cognitiva
- Retomada da atividade física plena
- Elaboração das emoções negativas
As intervenções são adaptadas de forma individual, colocando-se mais ou menos ênfase em cada elemento, dependendo de quais aspectos do ciclo de dor são mais proeminentes para determinado paciente.
O tratamento para distúrbios psicofisiológicos de dor e tensão muscular, como, por exemplo, cefaleias crônicas e fibromialgia é semelhante. Primeiro, uma avaliação médica competente é necessária para excluir outras causas de dor. Isso é seguido por psicoeducação, que pode ser desafiadora, uma vez que pacientes e profissionais da saúde com frequência supõem que a maioria dessas síndromes dolorosas, como a dor lombar crônica, é causada pelo dano estrutural ou doença. Em seguida, o paciente é solicitado a listar suas atividades abandonadas. Elas serão, então, reintroduzidas sistematicamente, começando com aquelas que são mais prazerosas e pouco atemorizantes. A prática de mindfulness é, então, utilizada para desenvolver tolerância em relação às sensações dolorosas associadas, para aumentar a percepção de afetos repudiados e para facilitar a desistência de tentar controlar os sintomas.
Quando as intervenções médicas no tratamento dos distúrbios gastrintestinais e dermatológicos não conseguem aliviar o problema, os mesmos tipos de intervenções psicológicas usadas em outros distúrbios psicofisiológicos também são usadas aqui. As estratégias eficazes incluem psicoeducação, automonitoramento de reação psicológica aos sintomas, retorno ao comportamento normal e orientação para elaborar emoções negativas, causadoras de estresse.
Como ocorre com outros distúrbios psicofisiológicos, a prática de mindfulness nos distúrbios gastrintestinais e dermatológicos pode ser bastante útil para desenvolver uma atitude acolhedora e tolerante em relação aos sintomas, bem como para aumentar a consciência emocional e relaxar tentativas de controle contraproducentes.
Alexandre Alves – Psicólogo Clínico
CRP 05/39637