Tratamento do Jogo Patológico | Psicologo Rio de Janeiro RJ Psicoterapia

Tratamento do Jogo Patológico

Tratamento para Jogo Patológico no Psicologia Rio com psicólogos especialistas. Conheça agora a Terapia Cognitivo-Comportamental para o Jogo Patológico.

O que é o Jogo Patológico?

O jogo patológico é um transtorno do controle dos impulsos caracterizado por aposta crônica, inadequada, levando a dificuldades interpessoais, profissionais ou financeiras significativas. O jogador patológico apresenta um fracasso crônico e progressivo na capacidade de resistir aos impulsos de jogar e à conduta de jogar, fracasso este que compromete e provoca danos aos interesses pessoais, familiares e profissionais.

O jogador patológico necessita de uma dose cada vez maior para se atingir um grau de excitação ou bem-estar desejado. Além disso, observa-se um prejuízo crescente na vida do indivíduo acometido pelo transtorno e daqueles que o cercam.

Outro aspecto observado nestes indivíduos é o envolvimento cada vez maior em torno desta atividade, deixando-os mentalmente “inundados” pela preocupação direta ou indireta com o jogo. O jogo se torna central e prioritário em relação a todo o resto. A mente opera em função do jogo nestas pessoas.

O jogo patológico funciona da mesma forma que a adicção ou dependência de drogas. Continua apesar das consequência adversas; parece estar fora do controle voluntário; envolve um sentimento que pode ir desde um desejo moderado até uma obsessão intensa; o adicto organiza a seu redor a vida de forma que todas as suas atividades fiquem sujeitas a adicção; leva a destruição do sujeito a médio e longo prazos; sintomas de síndrome de abstinência são observados quando esses adictos deixam de jogar, tais como: ansiedade, agitação, inquietação, depressão, irritabilidade, dificuldade de concentração e pensamentos obsessivos.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR, da American Psychiatric Association), considera os seguintes critérios para o diagnóstico do Jogo Patológico:

  1. Preocupação com o jogo (por ex.: preocupa-se em reviver experiências de jogo passadas, avalia possibilidades ou planeja a próxima parada, ou pensa em modos de obter dinheiro para jogar);
  2. Esforços repetidos e fracassados no sentido de controlar, reduzir ou cessar com o jogo;
  3. Necessidade de apostar quantias de dinheiro cada vez maiores, a fim de obter a excitação desejada;
  4. Joga como forma de fugir de problemas ou de aliviar um humor disfórico (p. ex.: sentimentos de impotência, culpa, ansiedade, depressão);
  5. Inquietude ou irritabilidade quando tenta reduzir ou cessar com o jogo;
  6. Mente para familiares, para o terapeuta ou outras pessoas, para ocultar a extensão de seu envolvimento com o jogo;
  7. Após perder dinheiro no jogo, frequentemente volta outro dia para ficar “quite” (recuperar o prejuízo);
  8. Colocou em perigo ou perdeu um relacionamento significativo, o emprego ou uma oportunidade educacional ou profissional por causa do jogo;
  9. Cometeu atos ilegais, tais como falsificação, fraude, furto ou estelionato para financiar o jogo;
  10. Recorre a outras pessoas com o fim de obter dinheiro para aliviar uma situação financeira desesperadora provocada pelo jogo.

 

Tipos de Jogadores

  • Jogador Social: Joga por entretenimento, satisfação ou no contexto de uma interação social. Tem controle total da conduta. Independente da frequência com que jogue, ou dos ganhos ou perdas, a interrupção do jogo está sob seu controle.
  • Jogador Problema: Gasto habitual de dinheiro que em alguma ocasião lhe acarreta problemas, mas que não chega à gravidade do jogador patológico. Alto risco para o jogo patológico.
  • Jogador Profissional: Vive do jogo. Participa de jogos onde é importante a habilidade (p. ex., cartas, bilhar) ou faz trapaças para ganhar (p. ex.: cartas marcadas, dados, etc.). Não arrisca ao puro azar ou de forma emocional. Suas apostas envolvem análise racional adequada.
  • Jogador Patológico: Dependência emocional do jogo. Perda de controle quanto ao jogo interferindo em seu funcionamento normal.

 

Prevalência do Jogo Patológico 

  • 1 a 4% da população (nos países onde o jogo está legalizado) – valores para EUA, Canadá e Europa.
  • Estudos nos EUA com estudantes revelam uma média de 5,5% de jogadores patológicos e 15% de jogadores-problemas.
  • A maioria dos estudos revela que a prevalência do jogo patológico na adolescência é entre 3 a 4 vezes superior à existente entre a população adulta, com o agravante de que em um elevado número de casos se trata de uma atividade ilegal.
  • Dois homens para cada mulher, 39% entre 18 e 30 anos, predomínio em pessoas com menores níveis de renda.
  • Aumento significativo com a legalização dos jogos (em torno de 1960), especialmente os jogos de azar (máquinas recreativas, loterias, bingos).
  • No Brasil, em 1998 o bingo era o jogo de preferência em 65% dos jogadores ou jogadoras compulsivas e, em 2001, essa preferência saltou para 90%, deixando as loterias, vídeo-pôquer, turfe e caça-níqueis em segundo plano na preferência dos jogadores.

 

Estudos internacionais apontam: as cidades com mais consumo de substâncias adictivas apresentam as maiores taxas de jogo patológico; 43% dos jogadores patológicos não têm receitas diretas (estudantes, donas de casa, desempregados); uma parte importante dos jogadores patológicos jogam pouco dinheiro, ou por não dispor de renda própria, ou por restrição da família para o acesso ao dinheiro devido a problemas de jogo; para ser jogador patológico não é necessário gastar diariamente grande quantidade de dinheiro, mas se está gastando frequentemente em excesso em função do dinheiro que se possui.

 

Como se desenvolve e se mantém o jogo patológico?

Reforço comportamental. O aumento da excitação positiva ou a redução de uma condição aversiva reforça o comportamento do jogo. Por exemplo, aumenta-se a frequência do jogo em parte pelo prazer envolvido com o próprio risco da atividade e pelo desafio de seu domínio, ou como uma possível solução para lidar com fatores internos (p. ex.: humor disfórico), problemas interpessoais, profissionais ou para recuperar perdas financeiras acumuladas.

Aspectos psicológicos implicados no jogo. Alguns aspectos psicológicos estariam implicados no jogo, tais como: (a) busca de emoções e aventuras – desejo de atividades perigosas que provoquem certos riscos, rapidez de decisão e ação; (b) busca de experiências que provoquem aumento da ativação fisiológica e exijam comportamentos pouco predizíveis; (c) desinibição social que ocorre a partir de condutas que implicam a liberação de normas sociais; (d) suscetibilidade ao tédio – desagrado com quaisquer atividades rotineiras.

Atividade cognitiva do jogador patológico. A forma com que se percebe, interpreta e valora os distintos elementos implicados no jogo e seus resultados. Por exemplo, o jogador pensa que tem uma estratégia que o permite ganhar, ele considera que de alguma forma pode controlar ou predizer o azar e ele tende a considerar cada um dos ensaios do jogo como acontecimentos relacionados principalmente entre jogos contínuos: máquinas recreativas, jogos de cassino, bingo, etc. Ele também tende a analisar cada uma das apostas em função das anteriores e não como eventos independentes. Além disso, o jogador tende a cometer alguns padrões de distorções cognitivas, como a abstração seletiva (prestar atenção aos resultados positivos e esquecer os negativos) e o raciocínio emocional (uso de estados de ânimo positivo como prova de que irá ganhar). Tudo isso possibilita uma superestimação da probabilidade de êxito que parece determinante na manutenção da conduta do jogo patológico.

 

Como é o tratamento para o Jogo Patológico?

O tratamento para o jogo patológico costuma incluir psicofármaco e psicoterapia. A terapia cognitivo-comportamental é o tratamento psicoterápico mais indicado para o jogo patológico.

O protocolo da terapia cognitivo-comportamental para o jogo patológico costuma incluir pelo menos os seguintes aspectos:

  • Estabilizar o jogo: controle de estímulos, presença da família, controle do dinheiro disponível, atividades incompatíveis nos momentos de jogo, mudança de caminhos e rotinas.
  • Compreender as funções do jogo – tédio, estresse, aumento da ativação, fuga de problemas, etc.
  • Listagem das consequências positivas e negativas do jogo.
  • Construção de repertório comportamental alternativo: ler ou fazer exercícios, esportes, atividades interpessoais dependendo da função do jogo.
  • Identificação de distorções cognitivas e crenças subjacentes ligadas ao autoconceito, ao mundo e às relações com o outro.
  • Automonitoramento: aumentar a percepção dos sinais de impulso, das diferentes formas em que se pode manifestar o desejo (gatilho) através dos registros de monitoramento – início, primeiros sinais, intensidade, duração, nível de controle, se houve jogo, etc.
  • A terapia de casal e de família pode ser indicada em alguns casos.
  • Treinamento de habilidades sociais
  • Treinamento de habilidades de manejo do estresse (relaxamento e mindfulness).
  • Prevenção de recaída. O paciente imagina fatores que podem contribuir para a atividade do jogo no futuro e junto com o terapeuta elaboram uma estratégia para lidar com o impulso e com o manejo dessas situações.

 

AGENDE SUA CONSULTA CONOSCO!

Alexandre Alves – Psicólogo Clínico
CRP 05/39637